Mercado de NFTs cresce e ganha popularidade no Brasil

Será que é possível ser dono de uma obra de arte criada na internet ou até mesmo de um meme ou tweets? A resposta é sim.

Graças à mesma tecnologia que permitiu o desenvolvimento do bitcoin e das outras criptomoedas, se tornou possível adquirir ativos digitais, e isso tem dado tão certo que essa ferramenta tem sido utilizada para identificar os proprietários de direito de uma imagem e até de ativos do mundo físico.

Basicamente estamos falando de um item que tem se popularizado bastante nos últimos meses, os NFTs.

Essa é a abreviação para “Non-Fungible Tokens”, ou mais precisamente, tokens infungíveis.

Esse setor conseguiu movimentar aproximadamente US$ 2 bilhões apenas nos três primeiros meses deste ano, sendo essa quantia 20 vezes superior ao movimentado no último trimestre do ano anterior, e 131 vezes maior que a quantia movimentada entre janeiro e março de 2020.

Pelo menos é isso que afirma o site NonFungible.com, que reúne diversos dados relacionados a esse mercado.

O que são?

Em uma explicação simples, tokens são mais um tipo de criptoativo, que permite que seu detentor tenha o direito de forma digital sobre alguma propriedade, produto ou serviço.

E o valor desse ativo digital não está diretamente relacionado àquilo que ele representa, já que os NFTs podem ser aplicados em praticamente qualquer item digital, como imagens, músicas, textos, memes, entre outros – a lista é gigantesca.

A única coisa que tem em comum com criptomoedas, por exemplo, é a tecnologia blockchain que lhe dá validação.

Para se ter noção, as carteiras ativas de NFTs, cresceram em 26% nos três primeiros meses deste ano em relação ao último trimestre de 2020, e 159% se comparado ao início do mesmo ano.

A tecnologia que deu origem ao NFTs foi criada há mais de 10 anos, porém esse mercado só começou a despontar a mais ou menos três anos, atingindo a popularidade somente nos últimos sete meses.

Os principais motivos para esse crescimento, é a forte valorização que as criptomoedas têm experimentado neste ano, sendo que algumas delas, como o bitcoin, têm sido usadas para diversos tipos de transações.

Visto que hoje, no Brasil, existem até mesmo casas de apostas que aceitam bitcoin e que oferecem promoções para quem as utiliza.

Outro ponto interessante são as vendas de NFTs milionários, a exemplo da obra de arte virtual criada pelo artista Beeple, que foi comercializada por aproximadamente US$ 70 milhões em março, nos Estados Unidos.

Essas cifras milionárias chamaram bastante atenção para o setor e estamparam as manchetes de jornais em todo o globo, com isso muitos artistas começaram a ganhar enormes quantias de dinheiro ao criarem peças digitais baseadas em tokens infungíveis.

Precisamente 48% do dinheiro que esse mercado movimenta está relacionado a objetos virtuais colecionáveis.

“O hábito de colecionar coisas faz parte da natureza humana desde sempre, e isso se mantém na era digital”, disse a gerente regional da Binance Brasil, Mayra Siqueira.

A Binance, que atualmente é a maior plataforma de negociação de criptomoedas no planeta, lançou no mês passado a Binance NFT Marketplace, e estreou realizando leilões de obras consagradas, como a peça “Divina Comédia: recriada”, de Salvador Dalí, que foi recém-digitalizada.

Segundo Mayra, esse mercado é impressionante e deve continuar em crescimento por conta da possibilidade de criação de coleções no mundo digital.

Porém, mesmo com as cifras milionárias que foram noticiadas em vários jornais, boa parte dos NFTs são muito mais baratos, fazendo com que praticamente qualquer um possa adquiri-los.

Já que, para se criar um desses tokens, é preciso somente ter uma carteira de criptomoeda, o arquivo que deseja modificar e pagar a taxa de gás da em sua carteira.