Entenda como funcionam os investimentos nacionais e internacionais

investimentos

Uma das lições básicas do mundo dos investimentos é a diversificação, ou seja, montar uma carteira com vários ativos. A diversificação atua como forma de proteger seu patrimônio contra eventuais oscilações do mercado.

Diversos cursos de investimentos para iniciantes recomendam a importância da diversificação de investimentos, mas poucos explicam a importância de outro tipo: a diversificação jurisdicional, ou entre mercados diferentes.

Afinal, embora o Brasil seja um país enorme e com muito potencial, o mercado de ações brasileiro é muito pequeno. De acordo com o site da B3, o valor de mercado de todas as empresas listadas é de R$ 4,1 trilhões, ou cerca de US$ 745 bilhões com base na cotação atual.

Trata-se de uma soma ínfima perto dos US$ 27 trilhões da Bolsa de Nova York (NYSE), que é a maior do mundo. Portanto, ao se restringir ao mercado brasileiro, o investidor acaba perdendo a oportunidade de se expor a outros mercados mais amplos.

Felizmente, investir no exterior hoje é mais fácil. As corretoras oferecem cada vez mais oportunidades e opções nesse sentido, incluindo taxas zero. Só que muitos investidores ainda não conhecem essas opções. Se for o seu caso, nos acompanhe neste texto e veja os melhores investimentos no Brasil e no exterior.

Tipos de investimentos

Atualmente, existem diversas opções de investimento, seja no mercado brasileiro, seja no exterior. Essas opções são majoritariamente negociadas nas bolsas do exterior, mas também possuem opções aqui no Brasil.

Dentre os investimentos que são sediados ou possuem exposição a ativos no exterior, os principais são:

  • Ações;
  • REITs;
  • ETFs;
  • Bonds;

Ações e investimentos

As ações são representações de empresas negociadas na bolsa de valores. Quem possui estes papéis têm, na prática, participação nos resultados da companhia.

Cada ação é negociada de uma forma e em preços diferentes. Isso porque os EUA contam com mais de uma bolsa de valores. Além da já citada NYSE, há também a NASDAQ, que negocia ações voltadas para o setor de tecnologia.

Nos EUA, ao contrário do Brasil, as ações não são divididas em lotes padrão, ou seja, o investidor pode adquirir a partir de uma ação. Ademais, o mercado americano permite até a compra de frações de uma ação, em vez de uma ação inteira.

Por exemplo, imagine que a ação da Amazon (AMZN) esteja custando US$ 1.000. Este valor é pouco acessível para o pequeno investidor, mas nos EUA ele pode comprar 0,1 de ação pagando US$ 100. Logo, essa modalidade torna os investimentos mais acessíveis.

Investimentos REITs e FIIs

Sigla para Real Estate Investment Trust, os REITs são veículos de investimentos que aplicam recursos no setor imobiliário. Os REITs adquirem propriedades e as disponibilizam para aluguel, distribuindo os rendimentos aos investidores na forma de dividendos.

De certa forma, os REITs funcionam como os fundos imobiliários no Brasil, já que os FIIs também investem em imóveis. No entanto, os FIIs são classificados como fundos, enquanto os REITs se enquadram na categoria de ações mesmo.

Os REITs também atuam em setores muitos mais amplos. Há REITs que investem em escritórios, mas também no setor presidiário e até em cemitérios.

Investimentos ETFs

Os Exchange-Traded Funds, ou fundos negociados em bolsa, são fundos que replicam um determinado índice de ações. Nesse sentido, cada ETF é uma espécie de carteira que concentra determinados tipos de investimentos.

A maioria dos ETFs replica um índice geral, como o S&P 500 – representado pelo ETF IVV – ou o índice Ibovespa (BOVA11). Mas há ETFs que replicam setores específicos da economia, como o mercado de urânio (URA) e até o setor de games (HERO).

Essa é uma forma bastante simples de investir, pois não é necessário analisar várias ações de um setor específico, por exemplo. Logo, se o investidor deseja se expor ao mercado de tecnologia, ele pode adquirir um ETF do setor em vez de se expor a poucas ações.

Bonds

Bonds é a palavra utilizada para designar um título de dívida emitido por governos ou empresas estrangeiras. Essas instituições emitem títulos da dívida pública, que são comprados por empresas ou pessoas físicas. Em troca, os investidores recebem juros sobre o valor investido.

Não é muito comum ter bonds no Brasil, mas aqui existem alternativas a este mercado. Para o governo há os títulos públicos, negociados por meio do Tesouro Direto, que permite ao governo vender sua dívida no Brasil. Os investidores compram essa dívida e recebem juros em troca.

Já para o mercado privado há as debêntures, que são títulos emitidos por empresas privadas. As empresas utilizam as debêntures para captar recursos e financiar seus projetos com o mercado.

Diferenças entre mercados

A principal diferença entre os investimentos no Brasil e no exterior é a variedade de opções. No Brasil, a B3 conta com apenas 400 empresas listadas e cerca de 410 fundos imobiliários (FIIs), números bastante modestos.

Por outro lado, apenas a NYSE dispõe de mais de 3 mil ações listadas em bolsa, incluindo as maiores empresas dos Estados Unidos. No total, o mercado americano possui mais de 8 mil empresas listadas, o que dá uma representatividade muito maior à economia daquele país.

Além disso, as bolsas dos EUA contam com mais setores representados em suas ações. O investidor tem opções de comprar empresas que atuam desde setores como varejo e construção civil a empresas de biotecnologia e até criptomoedas.

No Brasil, por outro lado, as ações estão muito concentradas em poucos setores, sobretudo bancário, commodities e energia. Há pouco dinamismo para quem deseja aproveitar setores mais modernos, que não possuem muito espaço na bolsa.

A diversidade brasileira é tão grande que, de acordo com a própria B3, há mais BDRs listados na bolsa do que ações locais. De fato, hoje a lista conta com mais de 900 BDRs, um número maior do que a soma de ações e FIIs locais. O número de 

investidores também cresceu exponencialmente, atingindo mais de 1,4 milhão em 2021 contra 130 mil em 2020.