Mulheres conquistam espaço no empreendedorismo

O perfil de quem empreende no Brasil mudou consideravelmente de alguns anos para cá. A presença feminina à frente de empresas próprias ou em cargos de liderança tornou- se cada vez mais perceptível e forte. Esta movimentação é vista como o resultado de diversas mudanças de cenário, em âmbito econômico e social do país. 

Tivemos uma evolução exponencial, em 14 anos o empreendedorismo feminino expandiu cerca de 34%, isso quer dizer que durante esse período de tempo, mais de 7,9 milhões de mulheres abriram micro e pequenas empresas. 

Conforme um estudo divulgado pelo Sebrae, foi verificado que em 2016 a proporção de mulheres brasileiras que criaram um negócio era de 51,9%, estimativa que em 2017 chegou a 53,4%, subindo de novo no ano seguinte (2018) e alcançando 55,6%. 

Tal crescimento pode ser observado também fora das fronteiras nacionais, pois de acordo com uma pesquisa realizada pelo Global Entrepreneurship Monitor – cerca de 51% dos novos empreendimentos registrados em escala mundial foram iniciados por mulheres. 

Mas afinal, quais são os fatores que motivam o público feminino a procurar pelo empreendimento? As respostas são diversas. Muitas mulheres desejam exercer uma atividade rentável atuando de forma independente. 

Segundo estudo conduzido pela Rede Mulher Empreendedora, com mais de 1.300 entrevistadas, foi validado que algumas razões emocionais também movem as empresárias: 66% delas trabalham com o que gosta e 34% afirma que empreender é sinônimo de realizar um sonho.

Os dados acima revelam como as mulheres, na busca por igualdade, tiveram o poder de transformar sua realidade e mudar a história. Ainda mais se levarmos em consideração que na legislação brasileira, somente a partir do ano de 1962 foi garantido à mulher o direito de não precisar da autorização do marido para trabalhar.

Mulheres movimentando a economia

Como consequência dessa mudança no mercado, as mulheres acabaram por se destacar em diversas outras áreas, fomentando a economia nacional. 

Segundo a pesquisa “O varejo pelo olhar do consumidor”, conduzida pelo Instituto Locomotiva, 41% do dinheiro que circula no Brasil é proveniente deste público, cujo valor estimado chega a R$ 1,9 trilhão por ano.

Seja no sucesso de seus empreendimentos ou na estabilidade financeira em ocupar cargos de liderança, o poder de compra da brasileira está maior a cada dia. 

Acompanhando a independência delas, alguns segmentos mostram mudanças expressivas em suas vendas para mulheres, como por exemplo: O setor imobiliário, o setor de locação de veículos, e até mesmo na procura para a primeira habilitação.

Dados que envolvem o segmento imobiliário: Em exame feito pela Inteligência de Mercado da RJZ Cyrela, foi constatado que cerca de 63% das pessoas que adquiriram casas, apartamentos ou terrenos no Rio de Janeiro entre 2018 e 2019 foram mulheres.

A procura pela primeira habilitação: O número de mulheres habilitadas no país surpreende, de acordo com o depoimento de Marcos Traad, diretor do DETRAN-PR: “A proporção de mulheres habilitadas em relação aos homens aumenta ano a ano”. 

Ainda conforme o órgão, entre 2010 e 2015, houve um crescimento de 30% na emissão de habilitações destinadas às mulheres no estado.

Aluguel de carros para o público feminino: Em uma análise feita com base no cruzamento de dados voltados para os acessos do site CarroAluguel.com  (considerado pioneiro no Brasil desde 2007), foi averiguado que 48% do público que procura pelo aluguel de automóveis é constituído por mulheres, estimativa que se mantém durante os últimos cinco anos.

Conheça algumas representantes do empreendedorismo feminino: 

Certos nomes foram essenciais para concretizar o movimento das mulheres nos negócios, sendo assim, destacamos quatro mulheres brasileiras e inspiradoras, donas de  trajetórias de sucesso dentro de seus empreendimentos. 


(Imagem de divulgação: Magazine Luiza)

Luiza Helena Trajano: 

Ela ainda se considera uma vendedora, mas nós a conhecemos por ser uma brilhante mulher de negócios! A Luiza começou sua vida profissional no varejo aos doze anos de idade, posteriormente se tornou a líder de uma pequena loja fundada por seus tios, e a transformou numa das maiores e mais conceituadas redes do Brasil: O Magazine Luiza. 

A visão da Luiza sobre empreender é clara, “Empreendedorismo é fazer acontecer, independentemente do cenário, das opiniões ou das estatísticas. É ousar, fazer diferente, correr riscos, acreditar no seu ideal e na sua missão.” 


(Imagem de divulgação: Amigos do Bem)

Alcione Albanesi: 

Empreendedora desde que nasceu, Alcione Albanesi construiu uma carreira empreendedora digna de roteiro de filme. Aos catorze anos a paulista já trabalhava como modelo, aos dezessete era dona de sua própria confecção de roupas com mais de oitenta funcionários, e foi no ano de 1992 que fundou a FLC, líder nacional na venda de lâmpadas. 

Hoje ela se dedica sobretudo ao seu projeto Amigos do Bem, buscando combater a fome e a miséria no sertão nordestino. Conforme relatos da mesma, o segredo para a evolução está em persistir, “Sem insistir, sem persistência, desistimos na primeira decepção. E ao desistir, não crescemos.”


(Imagem de divulgação Beleza Natural)

Leila Velez e Zica Assis: 

São as sócias que montaram, em 1993, o primeiro instituto de beleza especializado em cabelos crespos e ondulados do Brasil. Uma pequena sala de trinta metros quadrados que recebia dezenas de clientes se tornou o grande instituto Beleza Natural. 

A Rede conta com mais de quarenta unidades, uma farmácia de cosméticos, e está em fase de expansão internacional, começando pela cidade de Nova York.

A co-fundadora, Leila citou em diversas oportunidades que o sonho dos sócios foi o que fez tudo se concretizar, “A gente acreditava muito em um sonho e era tudo que a gente tinha”.

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