Uso de criptomoedas em compra de imóveis no Rio

O Rio de Janeiro é um dos estados no Brasil que mais se demonstra aberto ao universo das criptomoedas

Em decreto publicado no início de 2022, a Prefeitura da cidade do Rio de Janeiro determinou a criação de um grupo de trabalho focado no desenvolvimento de ações para impulsionamento do universo cripto. 

Aliado às políticas em prol das criptomoedas, a Corregedoria Geral da Justiça do Estado do Rio de Janeiro (CGJ-RJ) determinou a permissão da compra de imóveis no RJ com o uso de criptomoedas, podendo ter a compra reconhecida em escritura pública.  

Regras para comprar de imóveis com criptomoedas

Para validar a compra de imóveis com criptomoedas no Rio de Janeiro, a CGJ-RJ determinou algumas exigências, confira quais são elas abaixo:

“O comprador do imóvel e titular das criptomoedas deve declarar as moedas digitais em real brasileiro. Isso deve acontecer com base na cotação da criptomoeda em relação ao real no dia de assinatura da escritura do imóvel.”

“Ambas as partes (comprador e vendedor) devem assinar uma declaração, reconhecendo o valor econômico das criptomoedas para realização da transação do imóvel.”

“Nem todas as criptomoedas são aceitas para este procedimento. Por isso, é preciso conferir quais criptomoedas podem ser utilizadas no processo de compra de imóveis.”

“Informações como o local de custódia das criptomoedas (carteira de criptomoedas/exchanges) devem constar na escritura do imóvel, inclusive se os valores estiverem sob custódia de corretoras de criptomoedas estrangeiras.” 

“Todas as transações devem ser reportadas ao COAF (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), órgão governamental que fiscaliza transações financeiras no Brasil.”

As determinações foram aprovadas pelo corregedor-geral da Justiça, Ricardo Rodrigues Cardozo, e recentemente eleito presidente do TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro). 

O investimento do brasileiro pode mudar em 2023

De acordo com a pesquisa sobre Consumidores Globais da consultoria Statista em parceria com a plataforma Finbold, aponta que o bitcoin é o ativo preferido para a maioria dos investimentos em 2023. 

A criptomoeda está à frente de outros ativos bastante populares no país, como:

  • Ações da Bolsa de Valores;
  • Móveis;
  • Poupança;
  • Entre outros. 

O cenário é considerado animador para o mercado cripto, que passou por altos e baixos ao longo do último ano. 

Mesmo com as baixas em 2022 (atualmente o bitcoin está cotado em US$ 17,4 mil), 33% dos investidores entrevistados afirmam a intenção de adquirir mais bitcoins ao longo deste ano. 

Imóveis e ações, com 26% e 22% respectivamente, completam o top 3 de investimentos mais desejados pelos investidores brasileiros em 2023. A poupança é o investimento preferido por 15% dos entrevistados.  

Quando perguntados quais ativos já haviam adquirido ao longo dos últimos anos, 55% disseram ter dinheiro aplicado na poupança, o que é algo tradicional entre investidores brasileiros, mas isso vem mudando. 

A surpresa é que o bitcoin vem logo em segundo lugar nesse ranking com 26%, à frente de ativos mais populares no país como imóveis, seguro de vida e previdência privada. A pesquisa entrevistou cerca de 2 mil investidores brasileiros, entre 18 e 64 anos. 

Brasil se destaca na adoção de criptomoedas

De acordo com dados da ConseSys, desenvolvedora da carteira MetaMask, mostra que o Brasil se destaca na adoção de criptomoedas entre os países da América Latina. 

Os números apontam que 1,2 milhão de pessoas físicas tinham declarado ter transacionado criptoativos em outubro de 2022. Um crescimento de 137% em apenas um ano, segundo dados da Receita Federal. 

Com base em informações da Statista e da Finbold, o crescimento do mercado de criptoativos no Brasil se deve a maior oferta de produtos e serviços relacionados ao mercado, principalmente por fintechs brasileiras como o Nubank e o Mercado Pago. 

A expectativa para 2023 é de que não só aumentem os investimentos em criptomoedas, como que as moedas digitais passem a fazer mais parte da nossa vida cotidiana, como o uso de criptomoedas para compra de imóveis, como falamos no texto.