Recentemente, o mercado imobiliário foi impactado pelo aumento expressivo no valor dos aluguéis. Isso tem chamado atenção não apenas de quem tem contrato de locação em vigor, mas também das pessoas que estão cogitando fazê-lo.
Encontrar um imóvel para locação que atenda a todas as necessidades do locatário não é uma tarefa simples. Não por acaso vários locatários têm considerado a possibilidade de financiar um imóvel e conquistar o objetivo de ter uma casa ou apartamento próprio.
Aumento no valor dos aluguéis chama atenção
Entre agosto de 2020 e julho de 2021, foi registrado um aumento médio no valor dos aluguéis residenciais em São Paulo que alcançou 2,41%. No mesmo período, o percentual do Índice Geral de Preços do Mercado (IGPM) alcançou impressionantes 33,83%.
Esse aumento no IGPM teve influência principalmente nos contratos de locação em vigor, com correção anual baseada no percentual.
Segundo a Pesquisa de Locação do Secovi-SP, as variações de preços para imóveis com um dormitório foi de um acréscimo de 0,20%, contra uma variação de 0,10% para os de dois dormitórios e 0,50% para os imóveis com três dormitórios.
Os principais fatores considerados pelos proprietários dos imóveis na precificação dos aluguéis são:
- Assessoria imobiliária;
- Estado de conservação;
- Área construída;
- Segurança;
- Localização;
- Número de cômodos.
Além dos valores, outros aspectos relacionados à velocidade de locação e garantias chamam atenção.
A fiança continua sendo o tipo de garantia mais utilizada, correspondendo à modalidade escolhida em quase 50% dos contratos de locação. Em segundo lugar está o depósito de até três meses de aluguel e, em terceiro, o seguro-fiança.
O Índice de Velocidade de Locação (IVL), que avalia o tempo de espera até que se assine um contrato de aluguel, aponta um lapso de 30 a 76 dias. Ainda, imóveis como casas e sobrados têm uma média de IVL menor.
Entenda o porquê do aumento no valor dos aluguéis
O IGPM é uma das principais razões para o aumento no valor dos aluguéis. Grande parte desse indicador é baseado nas commodities do setor industrial — desde minérios até o agronegócio, como milho, soja e trigo.
Como houve uma desvalorização cambial atrelada a esses produtos, que são cotados em dólar, seu preço aumentou e esse movimento gerou a elevação do IGPM.
Além do índice, o impacto no valor do aluguel pode variar de um estado para outro, já que o valor dos aluguéis considera o metro quadrado e este também varia dependendo do lugar.
A dica para os locatários é sempre buscar uma negociação com o locador.
Um dos argumentos que podem ser utilizados é que o valor do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) está bem abaixo do IGPM. Apresentar documentos que comprovam a renda e comparativos com o preço do aluguel dos vizinhos pode ajudar.
Aluguel ou financiamento: qual a melhor opção?
Quando se fala em aluguel, sempre surge a dúvida: será que realmente vale a pena continuar no aluguel ou é melhor partir para um financiamento e conquistar o sonho da casa própria?
Não existe uma fórmula matemática que responda a essa pergunta, já que o consumidor deve avaliar uma série de fatores, tais como:
- Tipo de imóvel que quer financiar;
- Finanças da família;
- Objetivos a médio e longo prazo;
- Localização;
- Preço do imóvel alugado versus características do imóvel que deseja financiar;
- Capacidade de cumprir com o pagamento do financiamento;
- Segurança e estabilidade da locação versus financiamento.
Para quem está em dúvida, a dica é colocar no papel os gastos atuais com aluguel e as possibilidades de realizar um financiamento. É preciso avaliar as particularidades da família, eventuais necessidades de se mudar para outro imóvel e outras despesas.
Quem mora em apartamento deve considerar, por exemplo, gastos com condomínio. São diversos os aspectos que precisam ser analisados, a fim de entender qual alternativa é a melhor opção, tendo como base as possibilidades e planos da sua família.