Fast fashion: como esse padrão de produção e consumo nos afeta negativamente

fast fashion

Que tal começar a consumir roupas, sapatos e bolsas ecológicas? Hoje, não é segredo: a indústria da moda é uma das mais poderosas do mundo. Daí surge o fast fashion.

Anualmente, no Brasil, o setor fatura mais de 48 bilhões, produzindo mais de 1 milhão de toneladas de peças, como apontam dados da Associação Brasileira de Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT). No entanto, no meio de todo esse sucesso existem alguns pontos que não devem ser ignorados. 

Se antigamente os trajes eram feitos sob medida e para a alta sociedade, com o tempo esse modelo de produção se transformou. Após a Segunda Guerra Mundial e com a industrialização das vestimentas, as roupas passaram a ser feitas em larga escala. E, rapidamente, a partir dos anos 1970, o mundo começou a praticar o que conhecemos hoje como fast fashion. Ideal para quem adora renovar o closet com frequência, esse modelo também possui seus pontos negativos, que devem ser analisados por quem deseja seguir um lifestyle mais sustentável. 

Para que você entenda, explicaremos todos os detalhes desse cenário com algumas dicas para praticar e mudar o seu posicionamento como consumidor. Acompanhe!

Fast fashion: o que é?

Do inglês, fast fashion quer dizer “moda rápida” e tal conceito teve sua origem por volta dos anos 1970. Porém, foi somente na década de 1990, com o avanço da indústria têxtil e o aumento da mão de obra barata, que o termo se tornou popular no mundo inteiro. 

De lá para cá, nomes gigantes do varejo passaram a fabricar looks com modelagens e tecidos similares à alta costura. Porém, a diferença é que esses produtos apresentavam um valor mais acessível e, consequentemente, também duravam bem menos.

Ainda assim, esse modelo acabou conquistando o consumidor. Em pouquíssimo tempo, se difundiu em todo o mundo. No Brasil, não faltam opções de lojas de departamento que seguem essa proposta. São marcas que estão presentes em várias cidades do país, vendem online e em lojas físicas e têm a tradição de repor o estoque semanalmente. Certamente, isso gera uma expectativa constante nos consumidores, que sempre estão em busca de tendências e bons preços.

Quais os impactos negativos do fast fashion?

A princípio, você pode imaginar que não há nada de errado com o fast fashion. No entanto, se começarmos a desvendar esse setor, automaticamente, encontramos diferentes impactos nada agradáveis seja para a sociedade ou para o meio ambiente. Acredite se quiser: no momento, a indústria da moda é a grande responsável pela emissão de 8% de gás carbônico do planeta, perdendo lugar apenas para o segmento petrolífero. 

Já o poliéster, fibra mais usada nesse mercado, é o responsável por emitir, todos os anos, até 57 milhões de toneladas de resíduos. Aliás, estamos falando de uma matéria-prima que leva até dois séculos para conseguir se decompor completamente. 

Pensou que era só isso? Existe também outro detalhe extremamente prejudicial: o descarte intenso de roupas. Na procura constante por roupas que estão bombando no street style, os consumidores acabam abrindo mão de peças adquiridas há pouquíssimo tempo. Para se ter uma ideia, anualmente, os brasileiros geram mais de 170 mil toneladas de descarte, gerando um material que, muitas vezes, não consegue ser reciclado.

Isso tudo sem contar a mão de obra análoga à escravidão, praticada em várias regiões, especialmente na Ásia e África. Recentemente, diversas empresas já foram denunciadas por contratarem ilegalmente seus funcionários, exigindo jornadas exaustivas e condições de trabalho que vão contra a dignidade humana. Pense sobre isso!

Como praticar o consumo consciente (slow fashion)?

Mas nem tudo está perdido. Se você deseja se posicionar contra o cenário do fast fashion e adotar hábitos conscientes de consumo, ou slow fashion, existem algumas boas práticas que podem ser levadas para o seu dia a dia. Saiba mais:

  • compre de marcas nacionais que utilizam materiais recicláveis e orgânicos, além de valorizarem o comércio e a mão de obra; 
  • invista em peças duráveis, mesmo que sejam um pouco mais caras; 
  • prefira os tecidos naturais e evite os sintéticos; 
  • procure conhecer a origem de suas roupas: quais são os materiais utilizados e quem as fabricou; 
  • faça o descarte correto; 
  • compre e venda em brechós; 
  • doe o que não usa mais.

Viu só? Com essas dicas, esperamos que você tenha gostado de saber mais sobre os malefícios do fast fashion e os modos de colaborar para o bem do planeta. Comece a praticar essas recomendações e inicie essa importante mudança hoje mesmo!

Texto: Gear Seo